sexta-feira, 3 de abril de 2020

Texto do Duarte




Uma viagem ao Sistema Solar

Numa noite de Natal, o Pai Natal trouxe-me o presente que eu mais desejava: um grande e veloz foguetão, para visitar os oito planetas principais que se encontram no nosso Sistema Solar, bem como a nossa enorme estrela, chamada Sol.
Na Terra, planeie o meu trajeto e aventura com uma rota desenhada num papel muito especial. Certifiquei-me que o foguetão estava pronto, vesti o meu fato de astronauta e calcei também as botas espaciais. Coloquei no foguetão comida e mantimentos para alguns dias.
Agora sim, tinha tudo pronto para a minha viagem. Despedi-me da Terra e descolei.
Quando saí da atmosfera da Terra, comecei a ver um aglomerado de estrelinhas no espaço, todas juntinhas e cintilantes. Fiquei fascinado com aquilo tudo!
Peguei no meu mapa espacial, onde tinha desenhado a minha rota para a viagem e segui-a. Visto que a minha primeira paragem seria o Sol, virei o volante do foguetão para a esquerda e segui em frente.
Passadas algumas horas comecei a ver uma luz muito forte e quente. Era o Sol!!! Ele contém 98% da massa total do Sistema Solar, sendo formado essencialmente por hidrogénio.
Ainda dentro do meu veículo coloquei o meu capacete espacial e uma botija de oxigénio. Saí do foguetão  e fiquei fascinado com tanta coisa! A luz, a cor, a temperatura, tanto brilho…fiquei sem palavras. Mas, tive que me despachar, pois tinha que seguir viagem.
Peguei no meu roteiro e vi que Mercúrio era o primeiro planeta que eu ia visitar. Quando cheguei, ouvi uma voz a chamar por mim. Inicialmente, assustei-me, mas logo percebi que era o planeta Mercúrio a falar comigo. Tivemos uma longa e interessante conversa e descobri muitos segredos. Mercúrio é o planeta mais pequeno e próximo do Sol, demorando apenas 88 dias a dar uma volta completa em torno do mesmo. Apesar da sua proximidade ao Sol, não é o planeta mais quente do Sistema Solar. Quase não tem atmosfera, por isso alguns corpos celestes atingem-no fazendo várias crateras de impacto.
Depois de conversar com Mercúrio, olhei para o relógio e vi que já eram horas de seguir viagem. Percebi que o segundo planeta que eu tinha que visitar era Vénus, mas como já era muito tarde, aproveitei para descansar. Mas dormir no foguetão, não era muito confortável!
No dia seguinte, acordei bem cedo e muito entusiasmado com a ideia de continuar a conhecer o Sistema Solar. Segui viagem para Vénus no meu foguetão.
Quando cheguei ao segundo planeta, percebi que não se aguentava com tanto calor e descobri também que Vénus também tem muitos segredos.  É o planeta mais quente do Sistema Solar, porque tem uma atmosfera muito densa, provoca uma espécie de efeito de estufa e torna-o uma “fornalha”. Demora 225 dias a dar uma volta completa em torno do Sol.
Despedi-me de Vénus e fui visitar a Terra, o nosso planeta azulinho. Aqui a visita foi muito rápida, só para matar saudades do azul dos oceanos e da temperatura amena.
De repente, lembrei-me que também podia fazer uma rápida visita ao nosso satélite natural, a Lua, que é quatro vezes mais pequena que a Terra. Conversei com ela e aprendi que tem o mesmo problema de Mercúrio. Como não tem atmosfera, também fica exposta a alguns corpos celestes que a têm atingido, dando origem a crateras de impacto. A Lua não é uma estrela, por isso não emite luz própria. Ela é iluminada pela luz do Sol.
No fim do dia, fui descansar e no dia seguinte acordei desejando continuar a minha viagem. Fui direto para Marte. Tive uma pequena conversa com ele, pois era muito rabugento e um pouco impaciente.  Contudo, descobri que para dar uma volta completa em torno do Sol, demora 687 dias e reparei que estava um pouco frio. Por sorte tinha um fato próprio, pois estavam 65º negativos! Também descobri que a superfície de Marte é rica em óxido de ferro e é por isso que tem uma cor avermelhada.
Como Marte era muito antipático, inventei uma desculpa para me ir embora. Aturar o seu mau humor e as suas birras não era propriamente fácil!
 Agora o desafio era ainda mais complexo, pois queria seguir viagem para Júpiter, mas tinha que atravessar a Cintura de Asteroides. Havia tantos corpos rochosos e de tamanhos tão variados, que não sabia como os ultrapassar. Era como se fosse um labirinto cheio de barreiras rochosas. Felizmente, um asteroide já com uma certa idade foi ter comigo e deu-me a dica, uma espécie de roteiro - virar sempre à esquerda e depois sempre em frente, era um atalho.
Encontrei Júpiter e também tive uma longa conversa com ele. Contou-me que demora 12 anos a dar uma volta completa em torno do Sol e é o maior planeta do Sistema Solar. A sua temperatura média é de 110º negativos e tem uma Grande Mancha Vermelha, que tem um diâmetro de duas Terras e tem centenas de anos. Também tem 60 luas (satélites naturais)!
Como já tinha muitas saudades do meu planeta, decidi seguir viagem, o mais rapidamente possível. Fui direto a Saturno e este revelou-me que demora 30 anos a dar uma volta completa em torno do Sol e a sua temperatura média é de 139º negativos. Que frio! Além disso, é muito conhecido devido ao seu sistema de anéis, que é constituído, essencialmente, por partículas de gelo.
Segui para Úrano, o penúltimo planeta a contar do Sol. Ele contou-me que roda sobre si próprio quase “deitado”. Ele demora 84 anos a dar uma volta completa em torno do Sol e a sua temperatura média é de 197º negativos. É constituído por hidrogénio, hélio e metano. É precisamente a presença de metano que dá ao planeta a sua cor azul.
Muito cansado, ainda me desloquei para o planeta mais distante, Neptuno. Este planeta era muito simpático e na nossa longa conversa disse-me que demora 165 anos a dar uma volta completa em torno do Sol e a sua temperatura média é de 201º negativos, sendo por isso o planeta mais frio do Sistema Solar. É constituído por hidrogénio, hélio e metano, tal como Úrano. Neptuno apresenta não só bandas coloridas muito ténues, mas também grandes manchas escuras. Tal como os outros planetas gasosos, também tem um sistema de anéis, embora sejam muito escuros e finos.
Depois de uma longa noite de descanso, iniciei a viagem de regresso. Quando me cruzei com um cometa, quase ia tendo um acidente. Quase! Valeu-me a minha perícia de piloto. Um cometa é um corpo celeste constituído por material rochoso e gelos, que descrevem órbitas elípticas muito excêntricas em torno do Sol.
Agora sim, regressava ao meu querido planeta Terra. Ele demora cerca de 365 dias a dar uma volta completa em torno do Sol. A terra é o único planeta onde se sabe existir vida. Para mim é o planeta mais ameno e aconchegante. É onde posso beber um copo de água líquida. Adorei esta viagem!
Obrigado, Pai Natal.


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